A história de Júlia Cristina Guimarães

23-05-2009 18:28

Aos quatro anos Júlia Cristina, filha primogênita do casal Rita e Mário Alexandre Freitas, começou a apresentar sintomas que intrigou seus pais. Febre repentina, gripes constantes, dor de cabeça e sangramento no nariz levou Rita a procurar auxílio médico. “Fui a vários médicos que diziam que minha filha tinha apenas uma virose. Até que uma médica do posto de saúde da Ceilândia solicitou um exame de sangue. Isso foi numa sexta-feira. Na segunda-feira, já com o exame em mãos, a médica deu o diagnóstico que mudou a rotina de toda a família: nossa pequena Júlia tinha aplasia de medula”, relembra Rita.

 

Imediatamente Júlia foi encaminhada ao Hospital de Base para receber transfusão de sangue e plaquetas. O ano escolar estava perdido. No caso de aplasia de medula só um transplante pode salvar a vida do paciente. Encontrar um doador compatível não é nada fácil. A primeira alternativa é procurar um doador na própria família, de preferência de um irmão consangüíneo (mesmo pai e mesma mãe), que geralmente costuma ser compatível. A segunda é encontrar outra pessoa na família, algo que chega a 25% de probabilidade de compatibilidade. A última alternativa, mais demorada, é o Banco de Medula, algo em torno de 1 em 1 milhão.

 

Para refrigério da família Guimarães, o irmão de Júlia, Nicolas, com então um ano e seis meses, fez o teste de compatibilidade que deu positivo. “Imediatamente demos início ao tratamento realizado em Curitiba, já que em Brasília ainda não são realizados os transplantes. A Abrace foi decisiva neste momento tão difícil de nossas vidas. Recebemos da instituição o auxílio de uma assistente social que nos direcionou em tudo o que precisávamos fazer. Lá fui eu e meus pequenos filhos para uma batalha pela vida”, comenta Rita que perdeu a conta das vezes que correu para chorar em um banheiro do hospital.

 

Júlia passou por várias sessões de quimioterapia. Foram cem dias no hospital entre medicamentos e o transplante, que foi bem aceito pelo organismo da pequena. “Era muito difícil ver meus dois filhos entubados ali naquele hospital. Mas, graças a Deus, deu tudo certo”, ressalta a mãe aliviada enquanto Júlia caminha alegre pela casa com seus longos cabelos encaracolados. “Que as crianças saibam que Deus vai sempre estar com elas. Oro a Ele todas as noites”, comenta Júlia agradecida.

 

Hoje, com oito anos, Júlia é um grude com o irmão Nicolas, a amizade dos dois parece ser o reflexo de algo que eles sabem muito bem: suas vidas estarão sempre ligadas por um elo que foi decisivo para convivência dos dois. A família Guimarães ainda conta com o caçulinha, Gabriel de apenas um ano. Em setembro de 2007 Júlia recebeu o diagnóstico de cura.

 

A doação de medula é a única que pode ser feita em vida. É uma atitude de amor ao próximo e solidariedade para com a vida.

 

Por Adriana Cury

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